Julimar começou a carreira em 1984 na Ferroviária de Araraquara como lateral-esquerdo, mas atuou várias vezes improvisado na zaga. Na sua trajetória futebolística, ele se orgulha de ter jogado ao lado de Neymar, pai do badalado craque do Barcelona e da Seleção Brasileira.
Eles defenderam o União de Mogi das Cruzes no Paulista A-3 de 1995. “O Neymar era um meia habilidoso, que se destacava pelas assistências”, lembra. Julimar disse que, na época, Neymar Junior tinha apenas três anos de idade. “O Neymarzinho foi umas duas ou três vezes aos treinos do União”, relata. “Ninguém imaginava que ele fosse virar o fenômeno que virou, nem o pai dele”, acrescenta.
O ex-defensor destaca a grande amizade que tinha com o velho Neymar. “Éramos parceiros. Saíamos juntos para nos divertir nos dias de folga e cansei de empurrar o Monza vermelho dele, que teimava em não pegar”, brinca Julimar. “Nos falamos muito pouco hoje em razão dos inúmeros compromissos dele”, informa.
Nascido em Catanduva, no dia 1º de janeiro de 1968, Julimar José Francisco foi aprovado em testes no América em 1984. “Acabei liberado porque não tinha vaga no alojamento e, por indicação do Bazani, fui para a Ferroviária”, recorda.
Estreou no profissional da Ferrinha em um amistoso diante da Matonense em 1986. Firmou-se como titular e teve um excelente desempenho na vitória de 3 a 1 sobre o América, pelo Paulistão de 1988.
Na temporada seguinte, foi emprestado ao Grêmio Maringá, que ficou em terceiro lugar no Campeonato Paranaense. Em 1990, ajudou o Paraná Clube a ficar em quarto lugar no Brasileiro da Série C, atrás apenas de Atlético-GO, América-MG e América-RN.
Em 1991, apareceu a oportunidade de ele defender o Guarani. À época, além de Julimar, o Bugre contratou o goleiro Narciso, o meia Vanderlei, o atacante Vonei e o meio-campista Gilmar, todos da Ferroviária.
Julimar conta que chegou ao Guarani com fama de ser um jogador violento, mas isso acabou quando ele foi comandado por Vanderlei Luxemburgo. “O Luxemburgo me educou na marcação”, admite. Na equipe campineira, ele foi vice-campeão do Brasileiro da Série B de 1991, ao ser superado na final pelo Paysandu. “Ganhamos de 1 a 0 em Campinas e perdemos de 2 a 0 em Belém”, informa.
Após a passagem pelo Guarani, Julimar acabou contratado pelo Paysandu e integrou o elenco campeão paraense de 1992. No ano seguinte, o Guarani o emprestou ao América de Rio Preto, junto com o zagueiro Alves e o centroavante Cacaio. Estreou no dia 14 de fevereiro de 1993, na vitória de 2 a 0 sobre o XV de Jaú, no estádio Zezinho Magalhães, com dois gols de Cacaio, pelo Paulista.
O Rubrou ficou em 3º lugar entre os 14 participantes do Grupo Amarelo (Paulistinha), atrás de Ferroviária e Novorizontino, que se classificaram à fase final. No ano seguinte, Julimar subiu com a Ferroviária do A-3 para o A-2, e também defendeu Inter de Limeira e Matonense.
Em 1995 jogou no União de Mogi das Cruzes e em 1996 foi campeão da Copa Santa Catarina, com o Figueirense. O lateral/zagueiro fraturou a tíbia da perna direita e voltou às atividades em 1997. Também vestiu as camisas do Xilaju da Guatemala (1998/99) e do Nacional de Rolândia, na Segunda Divisão do Paraná.
Aos 32 anos, Julimar chegou ao Rio Preto na sexta-feira, dia 22 de dezembro de 2000, para disputar a Série A-2. No entanto, transferiu-se para o Mixto de Cuiabá-MT, onde disputou o estadual e a Copa do Brasil.
Pendurou a chuteira, trabalhou na escolinha de futebol Chute Inicial, do Corinthians, até 2004. Comprou a franquia, mudou o nome para Toque Inicial e ficou até 2012. Em 2009, comandou o sub-17 do São Carlos no Paulista da categoria. Em 2013 e 2014, dirigiu o sub-15 da Ferroviária e neste ano assumiu o sub-20 do Sorocaba. Casado com Cleusa, pai de Gabriel e Vinicius, e avô de Maria Eduarda, Julimar mora em Araraquara.
FICHA TÉCNICA
Ferroviária 3
Washington; Nonoca (Meinha), Mauro Pastor, Nenê e Julimar; Elinho, Donato e Betão Alcântara; Toquinho, Marcão (Valdo Caminhoneiro) e Silvano. Técnico: Sérgio Clérice.
América 1
Paulo Cesar Borges; Xande, João Roberto, Roberto Fonseca e Denilson; Geraldo, Ademilson e Toninho (Serrano); Zé Roberto, Roberto Carlos e Rildo (Elias). Técnico: Zecão.
Gols: Julimar aos 45 minutos do 1º tempo. Marcão aos 15, Nenê aos 28 e Geraldo aos 29 minutos do 2º tempo.
Árbitro: José Ubaldo Biagione.
Expulsão: Denilson.
Renda: Cz$ 256,4 mil.
Público: 1.698 (1.282 pagantes e 416 menores).
Local: Fonte Luminosa, em Araraquara, na quarta-feira, dia 5 de maio de 1988, pelo Paulistão, com Julimar marcando o primeiro gol da equipe de Araraquara.
FICHA TÉCNICA
Guarani 1
Marcos Garça; Jura, Paulo Silva, Pereira e Julimar; Biro Biro, Valmir e Edson Abobrão; Vágner, Vonei (Paulinho) e Claudinho (Alex). Técnico: Pepe.
Paysandu 0
Luís Carlos; César, Ari, Nad e Paulo Cruz; Maurício, Oberdan e Rogerinho; Cacaio, Fernando (Léo) e Mazinho. Técnico: Joel Martins.
Gol: Claudinho aos 17 minutos do primeiro tempo.
Árbitro: Márcio Rezende Freitas (MG).
Expulsões: Nad, Vágner e César.
Renda: Cr$ 8.579.000,00.
Público: 9.382 pessoas (8.579 pagantes e 803 menores).
Local: estádio Brinco de Ouro, em Campinas, no domingo, dia 19 de maio de 1991, no 1º jogo decisivo do Brasileiro da Série B, com Julimar no Bugre.
FICHA TÉCNICA
XV de Jaú 0
Edson Luis; Serginho, Ricardo, Marcelo e Marcelo Adriano; Mário Xavier, Dinei (Pongaí) e César; Níveo, Gerson e Marquinhos.
Técnico: Roberval Davino.
América 2
Willians; Ricardo Moraes, Roberto Fonseca e Renato Carioca; Xande, Negão, Baíca, Cleomar e Julimar (Roberto Alves); Cacaio (Coutinho) e Cleber Arado. Técnico: João Carlos Costa.
Gols: Cacaio aos 32 minutos do primeiro tempo e aos 3 minutos do segundo tempo.
Árbitro: Mário Eugênio Bismark.
Renda: Cr$ 67,512 milhões.
Público: 2.880 pagantes.
Local: estádio Zezinho Magalhães, em Jaú, no domingo, dia 14 de fevereiro de 1993, pelo Paulistinha, na estreia de Julimar no Rubro.