O uruguaio Alfonso Dario Pereyra Bueno chegou ainda jovem ao São Paulo em maio de 1977, como um promissor meia-esquerda e eventual substituto de seu conterrâneo Pedro Rocha, que fazia sucesso no Tricolor. Com altos e baixos, conquistou o título do Brasileirão daquele ano, na épica vitória por 3 a 2 nos pênaltis na final contra o Atlético-MG, no Mineirão. Tornou-se ídolo do clube após ser recuado para o setor defensivo pelo técnico Carlos Alberto Silva em 1980.
Junto com Oscar formou uma das melhores duplas de zaga da equipe do Morumbi. Permaneceu no São Paulo até 1988, em tempo de faturar o bicampeonato nacional na temporada de 1986. Ainda jogou no Flamengo-RJ (1988), Palmeiras (1989) e no Matshushita (atual Gamba Osaka, entre 1990 e 1992). Durante sua carreira, Dario Pereyra disputou 13 confrontos contra o América de Rio Preto, sendo 12 com a camisa são-paulina e um pelo Alviverde. Ele obteve oito vitórias, dois empates e sofreu três derrotas para o time rio-pretense.
A primeira vez que o uruguaio enfrentou o Rubro foi no dia 12 de abril de 1978, no estádio Mário Alves Mendonça, em Rio Preto, pela primeira fase do Brasileirão. O Vermelhinho venceu por 1 a 0, gol do ponta-direita Pedrinho. As demais partidas foram todas pelo Paulistão. Em 5 de outubro do mesmo ano, o Tricolor ganhou de 1 a 0, no Morumbi, gol do centroavante Milton Cruz. Houve empate de 1 a 1 no MAM, no dia 18 de fevereiro de 1979. O meia-esquerda Marcelo abriu o placar para o América no começo da partida e Milton Cruz igualou o marcador no final do primeiro tempo.
Nova igualdade foi registrada no dia 30 de agosto de 1979, desta vez por 0 a 0, no Pacaembu. Já como zagueiro, Dario Pereyra ajudou o São Paulo a superar o América por 1 a 0, no dia 16 de outubro de 1980, no Morumbi, gol de Zé Sergio no primeiro tempo. Em 23 de junho de 1981, ele não evitou a derrota do Tricolor por 1 a 0, em pleno Morumbi, gol de Paulinho Cascavel. No returno da mesma temporada, no dia 11 de outubro, o time são-paulino deu o troco ao ganhar de 1 a 0, no MAM, gol do meia Renato Pé Murcho.
O uruguaio só voltou a enfrentar o América no dia 27 de setembro de 1983, com vitória são-paulina por 3 a 0, diante de 10.278 torcedores no Riopretão. Humberto, Careca e Zé Sergio marcaram os gols da Máquina Tricolor, comandada pelo técnico Mário Travaglini. O Rubro havia perdido o mando de campo devido a agressão sofrida pelo bandeirinha Marco Antonio Iazetti no empate sem gols com o Santos, no dia 4 de agosto. Em 7 de outubro de 1984, com gol de Renato Pé Murcho, o São Paulo fez 1 a 0 no Rubro, no Morumbi. O América bateu o Tricolor por 3 a 2, no MAM, dia 19 de maio de 1985. Apesar da derrota no começo do estadual, a equipe de Dario Pereyra foi campeã ao superar a Portuguesa na final.
Depois de dez jogos equilibrados, o São Paulo goleou o Vermelhinho por 4 a 0, no Morumbi, no dia 2 de outubro de 1985, com Dario Pereyra marcando o quarto gol, aos 42 minutos do segundo tempo. Careca e Muller (2) fizeram os três primeiros. Impiedoso, no dia 9 de março de 1988, o time são-paulino fez 5 a 0 no América, outra vez no Morumbi, com gols de Muller (3), Raí e Sidney. O último encontro de Dario Pereyra com a equipe rio-pretense ocorreu no dia 26 de fevereiro de 1989, já com a camisa do Palmeiras, que venceu por 2 a 0, no Mário Alves Mendonça, com gols de Neto e Edu Manga.
São Paulo 4 X 0 América - 2 de outubro de 1985
Ficha técnica:
São Paulo
Gilmar Rinaldi; Zé Teodoro, Oscar, Dario Pereyra e Nelsinho; Márcio Araújo, Falcão e Silas; Muller, Careca e Sidnei. Técnico: Cilinho.
América
Neto; Brasinha (Ademilson), Orlando Fumaça, Roberto Fonseca e Daniel; Paulo Cezar Catanoce, Amado e Toninho; Izael, Luis Fernando Gaúcho e Mané. Técnico: Urubatão Calvo Nunes.
Gols: Careca aos 29 e Muller aos 37 minutos do 1º tempo. Muller aos 40 e Dario Pereyra aos 42 minutos do 2º tempo. Árbitro: Antônio Fonseca Ribeiro. Expulsão: Daniel. Renda: Cr$ 108,120 milhões. Público: 8.905 pagantes. Local: Morumbi, em São Paulo, na quarta-feira, 2/10/1985, pelo Paulistão.
América 0 X 2 Palmeiras - 26 de fevereiro de 1989
Ficha técnica:
América
Zé Carlos; Edinan, Ricardo, Roberto Fonseca e Flávio Miranda; Sergião (Márcio Florêncio), Alberto e Zé Roberto; João Santos (Gil Catanoce), Roberto Carlos e Gerson. Técnico: Luis Carlos Ferreira.
Palmeiras
Velloso; Luis Fernando, Toninho Cecílio, Dario Pereyra e Abelardo; Dorival Júnior, Careca Bianchesi, Edu Manga e Neto (Bandeira); Buião e Gaúcho (Gerson Caçapa). Técnico: Emerson Leão.
Gols: Neto aos 8 minutos do 1º tempo e Edu Manga aos 44 minutos do 2º tempo. Árbitro: Osvaldo dos Santos Ramos. Renda: Cz$ 28,144 mil. Público: 14.072 pagantes. Local: estádio Mário Alves Mendonça, em Rio Preto, no domingo, dia 26 de fevereiro de 1989, pelo Paulistão, na última vez que Dario Pereyra enfrentou o América.
Tornou-se ídolo da torcida são-paulina
Nascido em Sauce, no Uruguai, Dario Pereyra completará 60 anos na próxima quarta-feira. Ele começou a carreira nas categorias de base do Nacional de Montevidéu e aos 20 anos, com sua liderança nata, já era capitão da seleção uruguaia e vestia a camisa 10. Chegou ao São Paulo em maio de 1977 e estreou na goleada de 4 a 1 sobre o Internacional, em Porto Alegre. Além dos dois títulos do Brasileirão (1977 e 1986), Dario Pereyra foi quatro vezes campeão paulista pelo Tricolor (1980, 1981, 1985 e 1987). Em 1981, 1983 e 1986 foi considerado o melhor quarto-zagueiro do País e defendeu o Uruguai na Copa do Mundo de 1986, no México.
Depois de 451 jogos, com 222 vitórias, 127 empates, 102 derrotas e 38 gols, o uruguaio deixou o São Paulo e foi para o Flamengo. No rubro-negro, no entanto, foram apenas 12 partidas no Brasileirão de 1988, com quatro vitórias, seis empates e duas derrotas. Dario Pereyra ainda atuou no Palmeiras em 32 jogos, com 11 vitórias, 14 empates, sete derrotas e um gol marcado, na temporada de 1989. Também jogou no Matshushita (atual Gamba Osaka), sendo campeão da Copa do Imperador em 1990. Pendurou as chuteiras e decidiu continuar no futebol, como auxiliar e depois como treinador.
Assumiu o time profissional do São Paulo em 1997 e foi vice-campeão paulista. Dirigiu o Coritiba, e foi campeão mineiro de 1999 com o Atlético-MG. Também comandou Guarani (2000) e Corinthians (2001). Chegou ao Paysandu em 2002 para substituir Hélio dos Anjos. Na equipe paraense, conseguiu um dos maiores feitos de sua carreira como treinador ao ganhar do Boca Juniors por 1 a 0, em pleno estádio La Bombonera, no dia 24 de abril de 2003, pela Libertadores, com gol do atacante Iarley. Dario Pereyra também treinou Grêmio (2003), Portuguesa (2004), Avaí (2007), Arapongas-PR (2012), Vila Nova-GO (2012) e Águia Marabá (2014). Atualmente, ele está sem clube.
Atlético-MG 0 X 0 São Paulo - 5 de março de 1978
Ficha técnica:
Atlético-MG
João Leite; Alves, Márcio, Vantuir e Valdemir; Toninho Cerezo, Ângelo e Marcelo Oliveira (Paulo Isidoro); Serginho, Caio (Joãozinho Paulista) e Ziza. Técnico: Barbatana.
São Paulo
Waldir Peres; Getúlio, Tecão, Bezerra e Antenor; Chicão, Teodoro (Peres) e Dario Pereyra; Viana (Neca), Mirandinha e Zé Sergio. Técnico: Rubens Minelli.
Árbitro: Arnaldo Cezar Coelho. Renda: Cr$ 6.857.080,00 Público: 102.974 pagantes. Pênaltis: 3 a 2 para o São Paulo. Peres, Antenor e Bezerra converteram, Getúlio e Chicão perderam para o Tricolor. Ziza e Alves fizeram, Cerezo, Joãozinho Paulista e Márcio erraram pelo Galo. Local: estádio Mineirão, em Belo Horizonte, no domingo, dia 5/3/1978, na final do Brasileirão, com Dario Pereyra conquistando o título pelo São Paulo.
Guarani 3 X 3 São Paulo - 25 de fevereiro de 1987
Ficha técnica:
Guarani
Sérgio Nery; Marco Antônio, Ricardo Rocha, Valdir Carioca e Zé Mário; Tosin, Tite (Vágner Mancini) e Marco Antonio Boiadeiro; Catatau (Chiquinho Carioca), Evair e João Paulo. Técnico: Carlos Gainete.
São Paulo
Gilmar Rinaldi; Fonseca, Wagner Basílio, Dario Pereyra e Nelsinho; Bernardo, Silas (Manu) e Pita; Müller, Careca e Sidnei (Rômulo). Técnico: José Macia, o Pepe.
Gols: Nelsinho (contra) aos 2, Ricardo Rocha (contra) aos 9 do 1º tempo. Pita a 1 e Boiadeiro aos 7 do 1º tempo da prorrogação. João Paulo aos 5 e Careca aos 14 do 2º tempo da prorrogação. Pênaltis: 4 a 3 para o São Paulo. Tosin, Valdir Carioca e Evair fizeram para o Bugre, Boiadeiro e João Paulo erraram. Dario Pereyra, Fonseca, Rômulo e Wagner Basílio converteram e Careca perdeu para o Tricolor. Árbitro: José de Assis Aragão. Renda: não obtida. Público: 37.370 pagantes. Local: Brinco de Ouro, em Campinas, na terçafeira, dia 25/2/1987, quando Dario Pereyra ajudou o São Paulo a ser bicampeão brasileiro.