Zagueiro de boa impulsão, forte marcação e técnica razoável, Renato Carioca defendeu o América, de Rio Preto, entre 1993 e 1995. Na primeira temporada, ele ajudou o Rubro a subir do Paulistinha (atual Série A-2) para o Paulistão. No total, em 15 anos de carreira, o becão jogou em 16 clubes de quatro Estados, do Distrito Federal e teve uma experiência internacional ao vestir a camisa do KSK Beveren, da Bélgica.
Nascido no Rio de Janeiro, no dia 29 de julho de 1971, Renato de Oliveira Camilo começou a jogar futebol no Pavunense, que atualmente disputa a 3ª divisão carioca. Depois, foi para as categorias de base do Madureira. Promovido ao profissional em 1991, Renato brilhou na espetacular virada do Madureira por 2 a 1 sobre o Flamengo, no dia 24 de outubro, pelo 2º turno do Campeonato Carioca de 1992. Naquele jogo, o rubro-negro foi comandado interinamente pelo técnico João Carlos Costa.
João Carlos assumiu o América no ano seguinte e a primeira indicação dele foi justamente Renato Carioca, que veio por empréstimo. A negociação foi concretizada no dia 29 de dezembro de 1992 e ele começou a treinar na terça-feira, dia 5 de janeiro. Do Rio, também vieram o goleiro Neneca, o ponta-esquerda William, o meia Baíca e o volante João Santos.
Renato vestiu a camisa vermelhinha pela primeira vez na vitória de 2 a 0 sobre o time amador do Botafogo, de Tabapuã, no domingo, dia 17 de janeiro de 1993. O primeiro jogo oficial foi na derrota de 1 a 0 para o Taquaritinga, fora de casa, dia 24 de janeiro, na abertura do Paulistinha, gol de Celso Gomes cobrando pênalti. A infração, aliás, foi cometida por Renato Carioca. A bola desviou em sua mão dentro da área.
Depois, a equipe empatou sem gols com o Botafogo, de Ribeirão Preto. A primeira vitória ocorreu diante do Olímpia, por 1 a 0, no estádio Mário Alves Mendonça, em Rio Preto, no domingo, dia 31 de janeiro. Com ele, o Rubro terminou em terceiro lugar, atrás de Ferroviária e Novorizontino. Os três times subiram para o Paulistão. São Caetano, Santo André, Botafogo, XV de Jaú, Inter de Limeira, Taquaritinga, São José, Sãocarlense, Olímpia, Araçatuba e Catanduvense ficaram pelo caminho.
As atuações dele empolgaram a diretoria americana, que decidiu contratá-lo em definitivo. O presidente Benedito Teixeira, o Birigui, e o diretor Valentim Granzotto foram ao Rio de Janeiro e fecharam o negócio. Em 1994, ele ajudou o América a conquistar o título simbólico de campeão paulista do Interior. Entrosada, a equipe também ganhou o torneio seletivo estadual e assegurou vaga no Brasileiro da Série B. Pelo time rio-pretense, Renato Carioca também disputou a Copa Bandeirantes (atual Copa Paulista).
América 1 X 0 Olímpia - 31 de janeiro de 1993
Ficha técnica:
América
Willians; Ricardo Moraes, Roberto Fonseca e Renato Carioca; Xande Marques, Negão, Edinan, Baíca e Cleomar (André); Cleber Arado e William (Toninho). Técnico: João Carlos Costa.
Olímpia
Silvio; Gilson, Rodrigo, Paulo César e Nogueira; Marcelo Silva, Café e Uberaba (Rogério Delgado); Taxi, Lázaro e Marquinhos (Joãozinho). Técnico: Silvio Acácio Silveira.
Gol: Baíca aos 22 minutos do segundo tempo. Árbitro: Waldir de Lima. Renda: Cr$ 20,634 milhões. Público: 619 pagantes. Local: estádio Mário Alves Mendonça, em Rio Preto, no domingo, 31/1/1993, pela 3ª rodada do Paulistinha, na 1ª vitória do Rubro com Renato Carioca.
América 0 X 0 Bragantino - 4 de junho de 1993
Ficha técnica:
América
Neneca; Renato Cruz, Renato Carioca, Davi e Robinson; Negão, Serginho Carioca, Sandro (Cleber) e Edson Pezinho; Dilson (Ricardo Oliveira) e Elder. Técnico: Julio Cesar Leal.
Bragantino
Marcelo Martelotte; Walmir, Júnior, Marcelo Henrique e Josicler; Pires, Flávio (Marcão) e Alberto; Marco Aurélio, Ciro e Maurinho (Márcio). Técnico: Souza.
Árbitro: Marcos Fábio Spironelli. Renda: R$ 11.318,00. Público: 2.018 pagantes. Local: estádio Mário Alves Mendonça, em Rio Preto, no domingo, dia 4 de junho de 1993, pela antepenúltima rodada do Paulistão, na penúltima partida de Renato Carioca com a camisa do Rubro.
Vendido por R$ 200 mil
No Paulistão de 1995, o América corria risco de rebaixamento e só foi salvo na última rodada, ao bater a Ferroviária por 1 a 0, gol de Edinan, no dia 11 de junho, no MAM. No entanto, Renato cumpriu suspensão por ter recebido o terceiro cartão amarelo na derrota de 3 a 0 para o XV, em Piracicaba. O Vermelhinho terminou em 12º lugar entre os 16 participantes do Paulistão, à frente de Ferroviária, XV de Piracicaba, Bragantino e Ponte Preta.
Após o campeonato, surgiram propostas de Rolim Amaro, gestor do XV de Piracicaba, e do empresário Gilberto Denadai, de Americana. Porém, no dia 4 de agosto de 1995, o Guarani pagou R$ 200 mil em duas parcelas, além de isentar os R$ 30 mil que o América lhe devia, referentes ao empréstimo do lateral-esquerdo Robinson, que havia defendido o Rubro no estadual. O meia Pestana e o zagueiro Davi também foram para o time campineiro.
Jogou na Ponte e no Guarani
O becão ficou até o início de 1996 no Guarani. “Recebi proposta do Paraná Clube, mas como estava com casamento marcado, decidi ficar um tempo parado para cuidar dos preparativos”, diz. Com os problemas resolvidos, no ano seguinte ele acertou com a Inter de Limeira, comandada pelo técnico José Macia, o Pepe. Eles tinham trabalhado juntos no Guarani. Renato Carioca também jogou no Atlético-PR em 1997. “Fomos eliminados pelo Corinthians nas quartas de final da Copa do Brasil”, recorda.
No mesmo ano, foi vice-campeão do Brasileiro da Série B pela Ponte Preta, que ficou atrás apenas do América-MG. Em 1998, disputou o quadrangular final do Paulista A-2 pela Ponte Preta, que ficou em 3º lugar, atrás de Barbarense e América. Só o time de Santa Bárbara D’Oeste subiu. Defendeu o União São João no Paulistão e foi vice da Copa Estado (atual Copa Paulista) de 1999 com o Ituano, ao perder a final para o Etti Jundiaí.
Conquistou título gaúcho com o técnico Tite no Caxias
Renato Carioca esteve ainda no Juventus, Esportiva Araçatuba e foi campeão gaúcho de 2000 pelo Caxias, comandado pelo técnico Tite, atualmente no Corinthians. O título lhe rendeu convite para jogar no KSK Beveren, da Bélgica. Retornou ao Brasil e foi campeão do Brasileiro da Série C pelo Etti Jundiaí.
Jogou ainda no São José (2003), Ceará (2004), Ceilândia (2005) e União São João (2006). Depois que parou de jogar, o xerifão montou um comércio de pet shop no Rio de Janeiro, que ficou em atividade durante cinco anos. Foi motorista e atualmente trabalha na área de segurança privada. Casado com Mônica e pai de Matheus, de 17 anos, Renato mora no Rio de Janeiro.