América Futebol Clube

América Futebol Clube - São José do Rio Preto

O aparecimento de uma nova agremiação no início de 1946, provocou, inevitavelmente, um entusiasmo no panorama futebolístico da época.

Estruturado dentro do profissionalismo, representou uma sadia inovação que faltava ao nosso futebol. Igualmente acarretou maior rivalidade entre as torcidas dos clubes locais e assim cresceu o público presente aos jogos.

Na edição de 24 de abril de 1946, quarta-feira, pag. 14, "A Gazeta Esportiva" em notícia do correspondente local, Professor Paulo de Oliveira e Silva, ilustra esse aspecto:

"A fundação do América FC, no princípio deste ano constituiu um acontecimento inédito na história do futebol regional e citadino. O mesmo fenômeno que se deu na Paulicéia quando do aparecimento do São Paulo FC Iniciado o campeonato, só se falou em América FC, uma agremiação fundada por rapazes jovens e comerciantes de recursos. Juntando os melhores elementos locais e de fora, o América inaugurou a fase de maior interesse para o futebol rio-pretense e regional (...)".

Nesse mesmo artigo, citando o entusiasmo e a expectativa da estreia do clube em Mirassol, esclarece: "(...) o América não se incomodou em fretar trens especiais para uma torcida ansiosa por conhecer o novo clube de que tanto se falava dirigido pelo Dr. Antonio Pereira Lima, Mário Mendonça, Agapito Trindade e outros. E o campo do Mirassol foi pequeno para conter a enorme massa popular de fora, num jogo que terminou com a vitória do América (...)".

Em outra correspondência de Rio Preto o mesmo jornal em 04 de maio de 1946, sábado, pag. 13, reitera aquele entusiasmo reinante com o título "Fase de grande animação" e descreve:

"O futebol da região de Rio Preto vem passando por uma fase de grande animação. O aspecto geral de nosso futebol é bem oposto que o de pouco tempo atrás. O surgimento um novo clube na cidade - o América FC - provocou modificação favorável. Rio Preto EC e Palestra EC dois clássicos rivais não ligavam muito para o aperfeiçoamento técnico de seus XI, seja pelo não contrato de elementos de fora, de suas experiências, seja pelo sistema pouco progressivo no seu futebol. Hoje não, a situação é outra! Três quadros potentes disputam a primazia do futebol citadino. Os frequentadores dos campos rio-pretenses já se habituaram mesmo a comparar esses conjuntos de trio de ferro (...)".

Ainda, em continuação, o correspondente destaca o lado mais positivo daquele momento: "De janeiro para cá, registrou-se um fato interessante no seio da torcida riopretense e regional. Maior número de pessoas passou a interessar-se pelo futebol, principalmente os elementos de mais representação. Médicos, engenheiros, advogados, grandes comerciantes, da noite para o dia tornaram-se súditos entusiastas da s. majestade o futebol. Vão ao campo, torcem para o clube de sua predileção, apoiam o futebol (...)".

A essa nova parcela de aficcionados, podemos acrescentar, a bem da verdade, outra não referida: membros das colônias estrangeiras. De fato, naquela ocasião, numerosos imigrantes começaram a gostar de futebol e se tomaram apaixonados torcedores. Até árabes, completamente refratários às paixões clubísticas, passaram a frequentar estádios. Esses novos esportistas, naturalmente, em sua maioria, torciam pelo América.

O Correio dos Esportes, jornal editado pelo mesmo professor Paulo de Oliveira e Silva em seu primeiro número, 31 de dezembro de 1946, página 29, comenta: "O América FC a agremiação futebolística que surgiu em princípios de 1946 e que revolucionou o futebol municipal, fazendo com que maior número de indivíduos se interessasse pelo esporte, parece ser mesmo o clube das grandes iniciativas. Quando aquele moço dinâmico que todos conhecem por Dr. Antonio fundou o América e apresentando um quadro diferente arrancando admiração aos rio-pretenses e conseguiu o título de campeão da cidade, muita gente pensou. É muita coisa (...)".