O fato de estar morando fora de São José do Rio Preto há alguns anos, por motivos profissionais e de estudo, somado ao fato da situação caótica vivida pelo América na última década, não fizeram com que o amor de Paulo Braga pelo América. Pelo contrário: ele continua tão americano quanto quando morava por aqui. E, tal como os outros colecionadores retratados em reportagens anteriores nessa seção, sua sede por garimpar, encontrar e comprar camisas do America, segue intacta. "A paixão pelo manto vermelho americano veio junto com aquela que senti pelo clube quando o conheci". Vamos conhecer um pouco mais sobre sua história com o América e também sobre sua belíssima coleção.
Visão geral da coleção (foto: arquivo pessoal Paulo Braga)
SITE AMÉRICA-RP: Primeiramente, Paulo, conte-nos como começou essa sua relação de paixão com o América...
PAULO: Eu não sei ao certo quando ela começou, mas eu acho que ela se intensificou por volta de 2002. Eu lembro que o América jogava, geralmente, às 19h ou às 19h30, então minha mãe chegava do trabalho e me deixava no Teixeirão. Era sempre o mesmo ritual: eu chegava, comprava um cachorro quente e ia sentar em uma das cadeiras cativas. É uma lembrança tão forte que, ainda hoje, quando eu vou assistir aos jogos do time - principalmente agora que sequer estão abrindo o portão da arquibancada -, eu busco repetir.
SITE AMÉRICA-RP: Você se lembra quando foi que ganhou ou comprou a sua primeira camisa do Rubro? Conte a história pra gente...
PAULO: Eu não lembro muito bem a primeira camisa que eu ganhei. Tenho uma vaga lembrança de uma camisa que se perdeu ao longo do tempo. Mas a primeira camisa que eu comprei foi a da Nakal, de 2007. Eu morava em São Paulo e era uma forma de ligação direta com a minha cidade natal. Usava a camisa na faculdade, na academia, no supermercado. Hoje, infelizmente, ela está bem desgastada!
SITE AMÉRICA-RP: Você tem ideia de quantas camisas do América é composta a sua coleção?
PAULO: É difícil precisar. A coleção fica em São José do Rio Preto. Guardo apenas algumas camisas em São Paulo, onde moro atualmente, para eventualmente usar. Pelas minhas últimas contas, a coleção tem algo em torno de setenta camisas.
Raridades do acervo do Paulo (foto: arquivo pessoal Paulo Braga)
SITE AMÉRICA-RP: Você também coleciona camisa de outros times? Quais as particularidades dessa coleção? Algum tipo de camisa ou clube específico?
PAULO: Além das camisas do América, eu tenho algumas camisas do Corinthians. Não se trata propriamente de uma coleção, já que eu compro apenas as camisas que o time usa no ano. Hoje eu devo ter em torno de 13 ou 14 camisas do Corinthians, mas duas são especiais: uma da década de 70, na qual eu consegui a assinatura do Rivelino, e uma da campanha do título da Libertadores, que eu incluí a foto do meu avô no número 0. Foi usada pelo Danilo, ou seja, deu muita sorte!
SITE AMÉRICA-RP: Qual foi a camisa do América que te deu, digamos, mais trabalho para ser adquirida?
PAULO: Olha, a camisa que mais me deu trabalho para ser adquirida foi a da Heringol, de 1978. Eu já tinha visto ela à venda algumas vezes, mas a camisa, infelizmente, estava totalmente desbotada – o vermelho virou rosa. De repente, quando decidi comprá-la, eu não a localizei mais. Foi depois de muito esforço e de umas duas intermediações que eu encontrei o vendedor e consegui finalizar a compra.
SITE AMÉRICA-RP: Essa sua paixão exacerbada pelo América já te trouxe problemas?
PAULO: Não, nunca. Eu tento me ater, sempre, ao que acontece dentro de campo. No tocante às discussões políticas, financeiras e eleitorais, eu procuro nem debater. Com o passar do tempo, eu cheguei à conclusão que isso não vale a pena.
Dentro ou fora do país, sempre usando o manto rubro (foto: arquivo pessoal Paulo Braga)
SITE AMÉRICA-RP: Qual é a camisa mais feia do América que você tem na coleção? E a mais bonita?
PAULO: A camisa mais feia, disparadamente, é a de 1993, com o patrocínio em verde. Não dá. Ao mesmo tempo, para nós colecionadores, quanto mais esquisita e diferente é a camisa, melhor. Dá mais gosto em tê-la na coleção. São duas as mais bonitas: uma da década de 70, de malha, que está impecável, e a da Adidas de 1983. São as duas que eu não troco por nada.
SITE AMÉRICA-RP: Quem foi a grande inspiração para você ser um torcedor do América?
PAULO: Eu nunca pensei nisso. Eu lembro que, depois da campanha de 1999, eu somente voltei ao Estádio em 2000, no jogo contra o União São João. Exatamente o jogo do rebaixamento. Eu tinha doze anos na época, e até hoje eu lembro do clima da torcida, do jogo. Eu acho que esse foi o jogo que me moldou como um torcedor do América.
SITE AMÉRICA-RP: Como você vê o futuro do América, Paulo? Há alguma esperança do clube retomar sua posição de destaque no futebol do interior paulista?
PAULO: Esperança sempre há, mas parece que a cada ano ela vai diminuindo. Torcer para o América é ótimo para quem quer aprender matemática: o time pode começar perdendo vários jogos, mas, com a primeira vitória, a gente já começa a calcular todas as possibilidades de o time voltar à 1ª Divisão (risos).
Entrevista conduzida pelos Web Masters do Site www.america-rp.com.br, em junho de 2018.