América Futebol Clube

Nas duas edições anteriores, o Flash Bola abordou a inaugura­ção, ampliação e as melhorias que foram feitas no estádio Má­rio Alves Mendonça, primeiro patrimônio do América. Como curiosidade, vale ressaltar que o Vermelhinho usou pela primei­ra vez um uniforme com numera­ção no MAM, no dia 15 de agos­to de 1948, no empate de 3 a 3 com a Portuguesa Santista, em jogo amistoso. "A exigência par­tiu da Federação Paulista de Fu­tebol para todos os times do Esta­do", diz Agostinho Brandi, histo­riador e professor aposentado.

A área do clube ia até o muro do cemitério da Ressurreição, na Vila Ercília. No entanto, em 1950, na gestão do prefeito Cenobelino de Barros Serra, a Prefeitura de Rio Preto desapropriou uma faixa de terra pertencente ao Rubro para instalar a avenida América Claro que a agremiação levou uma compensação financeira, mas o valor não foi apurado.

E depois da correria para construir o setor da geral, feito às pressas para homologar o acesso do time à elite de 1958, a diretoria construiu um setor, com 1,7 mil lugares, destinado aos sócios contribuintes, locali­zado à direita para quem entra­va pela rua Machado de Assis.

Sob a arquibancada foram ins­talados os vestiários. Na década de 1970, o local ganhou cobertu­ra para dar mais comodidade ao público. "Os associados pagavam meia-entrada para assistir aos jo­gos ali", informa o conselheiro vi­talício Luiz Carlos Jordani.

Posteriormente, foi cons­truído o setor das cadeiras cati­vas, com novos vestiários para as categorias de base e arbitra­gem, escritórios, sala da presidência e um pequeno salão so­cial, onde inclusive, eram mi­nistradas aulas de judô para só­cios e seus dependentes.

Além de inesquecíveis parti­das, o estádio foi palco de ou­tros eventos, como o concurso de Miss Estudantil de 1959 e fes­tivais de fanfarras. No local tam­bém aconteceu a missa campal de sétimo dia em homenagem aos 59 estudantes mortos em 1960 no acidente do rio Turvo. 

Peixe e Timão atraíram multidões

Em alguns jogos, o estádio Mário Alves Mendonça teve gente saindo pelo ladrão. Quando o Santos de Pelé se apresentava em Rio Preto, ou os grandes clubes da Capital, o público extrapolava a lotação, estimada em 20 mil pessoas. Era comum ver torcedores se acotovelando nas arquibanca­das e até se arriscando ao acom­panhar as partidas pendura­dos nas torres de iluminação.

De acordo com o livro "Al­manaque do Futebol Rio-pre­tense - América 60 anos", dos jornalistas Milton Rodrigues e Vinicius de Paula, ocorreram três superlotações. No dia 5 de julho de 1964, o Rubro bateu o Santos por 2 a 1, pelo Paulistão, com 22.225 torcedores.

Pelo estadual de 1973, no dia 5 de agosto, na última vez que Pelé defendeu o Santos em Rio Preto, foram 22.197 pes­soas acompanhando o triunfo santista por 1 a 0. Já o Corin­thians, de Sócrates e compa­nhia, atraiu 23,8 mil espectado­res no empate sem gols com o América, em jogo disputado no dia 12 de agosto de 1979, também pelo Paulistão.

Vitória na despedida do M.A.M.

Em 1995, o juiz da 4ª Vara Criminal de Rio Preto, Emílio Migliano Neto, havia interdita­do a arquibancada geral do Má­rio Alves Mendonça, alegando precariedade na estrutrura. O magistrado, então, decidiu libe­rar o estádio, com capacidade reduzida, para apenas dois jo­gos do Paulistão - Novorizonti­no e União São João de Araras.

A última partida realizada no MAM aconteceu no domin­go, dia 4 de fevereiro de 1996, com vitória do América por 3 a 2 sobre o União São João, pelo primeiro turno do Paulistão. O último gol no "Caldeirão" foi marcado pelo atacante americano James, aos 40 mi­nutos do segundo tempo.

Parque aquático, sauna e bar

A diretoria decidiu incre­mentar seu quadro associati­vo, investindo na construção de um parque aquático, anexo ao estádio. Primeiro fez ape­nas uma piscina. De acordo com o conselheiro vitalício Luiz Carlos Jordani, o com­plexo foi ampliado em1973, com a construção de outras duas piscinas, sendo uma in­fantil.

Cinco anos depois, com o objetivo de atrair mais só­cios, o clube construiu sauna, playground e uma lanchone­te. "Trouxemos o Osvaldo Graciani como diretor social e em 1979 chegamos a ter 7 mil associados", informa Jordani. Motivada a engordar a receita, a diretoria não media esforços e realizava seguidas campanhas. Promoveu festas juninas, carnaval de salão e ou­tros eventos. A procura sempre foi muito grande.