Divisão do Campeonato Paulista. Neste domingo, pelo quinto ano seguido, o Rubro inicia a competição, sem grandes investimentos na montagem da equipe e ainda com falhas estruturais. A aposta é numa base caseira e no trabalho do jovem técnico rio-pretense Fábio Ramim.
Mas, dentro de campo, o jovem time americano tem um só desejo. "Estou aqui porque a gente quer acordar o gigante. Tomara que nesse domingo possamos sair com o pé direito e ter os três pontos", disse o goleiro Evair Matos de Oliveira, 21 anos, que é de Moreira Sales, no Paraná, e forma a base dos mais experientes do time.
O Rubro inicia sua jornada contra o Bandeirante, neste domingo, 7, às 10 horas, no estádio Teixeirão, em Rio Preto. O goleiro jogou a última "Bezinha" pelo Talentos 10, de Bauru, ano passado e teve dois anos de base no Guarani, de Campinas. "O 'são' Marcos, do Palmeiras, era um espetáculo de goleiro, sempre me espelhei nele", disse Evair. "A gente vem trabalhando muito. Estamos focados, pois a Bezinha é casca dura, muito disputada."
O setor defensivo tem outra peça forte, o zagueiro Matheus Teixeira, o Capixada, 22 anos, que já vestiu a camisa do Jaguariúna na competição e ainda passou por Rio Branco, São José e Fluminense de Feira de Santana, na Bahia. "Sou fã do Dedé do Cruzeiro, bom jogador, rápido, ótimo cabeceio e impulsão digna de um zagueiro. Me espelho muito nele", disse o defensor. "A torcida pode vir, vamos fazer um bom jogo e estamos batendo nessa tecla de que os três pontos aqui na nossa casa têm de ser nossos."
O time de Ramim tem alguns remanescentes do último ano, como os meio-campistas Danilo e Kevin, além dos atacantes Matheus Izidoro e Ygor Silva - este jogou a competição pelo Rubro em 2017. "É bom colocar experiência com jovens que querem mostrar seu futebol. Minha característica é trabalho, estou sempre batalhando para ajudar o América, que é gigante, está adormecido e vamos tentar acordar, Deus tem as melhores coisas para a gente e o grupo está focado", finalizou Capixaba.
Técnico promete futebol vistoso
Fábio Luís Ramim tem apenas 37 anos, mas bagagem internacional como jogador que venceu pela persistência. Saiu da base do América, em 1999, na época descartado pelo técnico Jorge Parraga, jogou a mesma Quarta Divisão e subiu com Capivariano e Jalesense, e do Linense, em 2004, foi parar no Azerbaijão. Lá defendeu três clubes e jogou as eliminatórias da Copa de 2008 pela seleção local.
Como técnico agora, pendurou as chuteiras em 2013 no Rio Preto, quer fazer outra história de superação. Comandou o Nevense na Liga Paulista, mas é no Rubro que está tendo sua grande oportunidade. "Sei o que o torcedor está sentindo, a gente, na vertente profissional, passou por essas situações dentro de campo e muito não dependo só dos atletas e comissão, mas da parte gerencial. Nos últimos anos, tem sido esse o problema do América", disse Ramim.
Apesar de o presidente Luiz Donizette Prieto, o Italiano, garantir que tudo está sob controle, é notória a falta de estrutura, principalmente financeira, para investir em material e qualificação do elenco. "Temos de dar privilégio aos meninos, que estão na base e fazendo bom trabalho desde o ano passado. Estão comprometidos com a ideia de crescer na carreira, assim como queremos que o América esteja numa divisão maior, querem jogar em time maiores", ressaltou o técnico.
Resta aos jovens valores que encarem a missão de apresentar um futebol de encher os olhos aos torcedores que forem ao Teixeirão neste domingo. "Quero um time competitivo, que as pessoas venham ver no domingo um time aguerrido, que briga até o final, mas saiba jogar futebol", disse Ramim.
"Vitória ou derrota depende de alguns detalhes dentro campo, eficiência por parte ofensiva e defensiva, mas que a torcida veja que vale a pena dar suporte. O América é grande por conta da torcida, da história e a gente precisa desse suporte para, juntos, levarmos o time a uma divisão maior." (OJ)