América Futebol Clube

América Futebol Clube - São José do Rio Preto

 
CENTENÁRIO
quarta-feira, 24 de julho de 2019
 
 
Birigui, onde batia um coração vermelho de amor pelo Rubro
 
Benedito Teixeira, o Birigui, completaria 100 anos nesta quarta, 24 de julho, não tivesse perdido a batalha para o tabagismo em 2001; ele, porém, venceu outras tantas batalhas e fez história à frente do América
 
Seu apelido é homônimo de uma cidade, mas, na verdade mesmo, ele é símbolo positivo de uma pequena nação: a nação Rubro, que em tempos de Benedito Teixeira, o Birigui, empunhava orgulhosa a bandeira do América. E Birigui, cujo sobrenome em superlativo batiza o atual (e ameaçado) estádio do clube, completaria exatos 100 anos nesta quarta-feira, 24 de julho, se estivesse vivo.
 
Desses caprichos escritos pelo destino, Birigui morreu no dia 10 de janeiro de 2001, quando o estádio Mário Alves Mendonça - lugar onde o Rubro sob sua batuta viveu suas maiores glórias - agonizava e tombava aos poucos para dar lugar a um hipermercado. Triste coincidência para quem o nome do América era sagrado e para quem fez das lides nas quatro linhas e fora dela uma extensão da própria vida.
 
Viveu para ver de pé nascer o estádio que leva seu nome, de codinome Teixeirão, inaugurado em 10 de fevereiro de 1996. E que, este sim, ele julgava acreditar ser inabalável. Ao Diário da Região, em 7 de setembro de 1997, disse que o Benedito Teixeira "é um dos melhores estádios do Brasil, planejado para o futuro" e que a obra, confrontando a descrença de muitos que torciam contra, "está aí e vai ficar na história".
 
A realidade de brigas judiciais alimentadas por uma disputa de poder que visa ao controle de um clube que se arrasta na quarta divisão do campeonato paulista, as dívidas que apenas no âmbito trabalhista somam R$ 10 milhões e o estádio já em fase de execução em leilão, infelizmente, revelam que o presente contrariou e "entortou" o futuro previsto por aquele nascido para fintar, como é a sina de todo ponta-esquerda.
 
Fidelidade e longevidade
Nascido Benedito Teixeira, ele ganhou apelido numa partida na cidade de Birigui contra o Bandeirante, que já contava com um Ditinho. Sua terra natal é Monte Azul Paulista, onde nasceu em 24 de julho de 1919, filho de Manoel e de Carolina Teixeira.
 
Em 1936, a família mudou-se para Rio Preto em busca de melhores oportunidades e Benedito foi trabalhar como balconista na Drogasil. O ramo farmacêutico despertou a veia de negociante de Birigui, que depois ingressaria no ramo de representação de produtos farmacêuticos e por último montaria sua própria representação, a Reprefarma. Passou para o comércio de café e foi comerciante até se aposentar.
 
Casou-se com Laura Sinhorini, que aceitou dividir espaço com a paixão maior do marido: o América Futebol Clube, e tiveram dois filhos: o engenheiro Benedito Teixeira Júnior e a professora Maria da Graça. O único neto, Juliano, foi quem deu o pontapé na bola do gramado que inaugurou o Teixeirão, no dia 10 de fevereiro de 1996 com o jogo do time da casa contra São Paulo, válido pelo Campeonato Paulista.
 
A ligação de Birigui com o futebol começou em 1942. Foi ponta-esquerda de equipes como Rio Preto, Palestra e Catanduva.
 
Em janeiro de 1946 fez história ao integrar o time do então debutante América, surgido "no alto da cidade", criado por Antônio Tavares Pereira Lima e Vítor Buongermino, que estrearia contra a destemida esquadra dos Bancários. Depois de oficializado por Pereira Lima (presidente e também jogador), 15 dias da fundação, enfrentou a Ferroviária de Araraquara e venceu por 3 a 1, no Estádio Giocondo Zancaner, de Mirassol, isto porque o Rio Preto não cedeu o seu estádio alegando que o América "roubara" muitos de seus torcedores e uma enchente inundara o campo do Palestra.
 
O América surgiu promissor em campo. Além de Birigui, contava com Pereira Lima, Urias, Tino (professor Agostinho Brandi), Vinio, Quirino, Alicate, Miguelzinho, Hugo, Edgar, Morgero, Dema e Fordinho.
 
O camisa 11 testemunhou a construção do estádio Mário Alves Mendonça, inaugurado em 27 de junho de 1948. Foi diretor de algumas áreas e ainda como jogador e depois com uma passagem rápida como treinador começou a ter influência direta em decisões, como a indicação de jogadores para contratação. Até que uma eleição fez Tijo Vilanova presidente, e Birigui, vice.
 
Eleito presidente em 1972, Benedito Teixeira começaria uma atuação irrepreensível que o creditaria no cargo até 1996. Graças à competência e lisura, arregimentou amigos de empresários a políticos, todos influentes, para formar um clube respeitado na esfera administrativa e competitivo nas quatro linhas. Fez do MAM o Caldeirão do Diabo e viu ainda nascer o "seu" Teixeirão, obra de U$ 30 milhões inspirada no estádio Giuseppe Meazza (San Siro), casa do Milan e da Internazionale "goleada" pelo desrespeito da história que homens como o próprio Birigui ajudou a construir.
 
 
Benedito Teixeira
Profissão - comerciante de café
Atleta - ponta-esquerda (Rio Preto e América)
Presidente do América - 1972 a 1986 - 1988 a 2001
Nascimento - Monte Azul Paulista-SP, 24/7/1919
Morte - São José do Rio Preto/SP, 10/1/2001
Casado - com Laura Sinhorini Teixeira
Filhos - Benedito Teixeira Junior e Maria da Graça Teixeira
 
 
Legado de mais de meio século
 
Sinônimo de América, Birigui dedicou 55 anos ao clube do coração, de técnico a cartola. Correu o Brasil em busca de novos talentos e exercendo seu talento nato para os negócios. Conseguia dinheiro para as necessidades do clube, desde o princípio com o "Vermelinho da Santa Cruz".
 
Não esmorecia ante as dificuldades para montar equipes competitivas, ainda que nem sempre vencesse todas as batalhas. "Futebol é guerra, e guerra se vence com dinheiro" era sua frase preferida ao lamentar as dificuldades para montar um bom time.
 
Frases, aliás, eram uma de suas marcas registradas. Para cada ocasião, sacava uma que definia a peleja. Fosse para os bons ou maus momentos.
 
Jogador supostamente de qualidade 'dando mole' no mercado? Laranja madura na beira da estrada tem bicho. A negociação com determinado atleta empacou? "Entrou capim", dizia o cartola histórico que venceu, sim, muitas batalhas, menos contra o tabagismo que levou a uma bronquite crônica fatal no dia 10 de janeiro de 2001, aos 82 anos.
 
"Meu pai foi um homem realizado. Viveu ao lado de uma esposa maravilhosa, minha querida mãe, que sempre esteve a seu lado e o apoiou em todos os momentos. Deu formação superior ao dois filhos e realizou seu maior sonho que era ver meu filho, seu neto Juliano, dar o pontapé inicial no estádio que leva seu nome e que ele e outros tantos lutaram para se tornar realidade", diz o filho, Benedito Teixeira Júnior, engenheiro de 62 anos de idade e conselheiro vitalício do América.
 
Este legado de conduta reta é o que sempre motivou o orgulho do filho e da nação americana. "Não se pode misturar as coisas", pontuava sempre Birigui sobre gestão esportiva e vida política. E quando instado a se aventurar nos palanques, sacava uma de suas frases a tiracolo: "Futebol dá popularidade, não dá prestígio".
 
Pode não ter dado prestígio, na humildade peculiar do eterno cartola do Rubro, mas rende uma história para sempre reverenciada por todos apaixonados pelo futebol limpo e apaixonado. (MC)
 

 

 
Autor: Marival Correa
Fonte: Diário da Região
 
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